Paixão e significado de marca, de Arthur Bender.

Nunca imaginei que fosse encontrar referências a essa emoção em livros técnicos. E foi por aí que me interessei em ler o livro intitulado Paixão e significado de marca, de Arthur Bender.

A paixão, que antes era assunto só do puro romantismo, agora é vista como o suprassumo da relação entre humanos. E consideremos também como “relação entre humanos” aquele relacionamento que existe entre empresas e consumidores. Sim, empresas são gente!!! São CPFs agrupados que movem, decidem, agem com algum propósito!

O que faz com que um monte de gente acorde de manhã, se arrume, enfrente um trânsito caótico e fique (no mínimo) 8 horas longe da família? Se a resposta for “as contas que temos a pagar”… acho que atestamos que vivemos apenas para pagá-las. Será? É aí que entra a tal da paixão! Sem ela não há como sermos felizes, e sem felicidade não podemos agradar a ninguém. E como podemos satisfazer nossos clientes se só temos um monte de CPFs sem paixão no que fazem?

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O livro coloca (já no primeiro capítulo) a seguinte pergunta: “será que tenho paixão pelo que faço?” Opa! Como assim? Com essa pergunta, confesso que tive de parar a leitura para me perguntar o que eu faço! E, assim, começou minha busca pelo “eu” que habitava em mim.

Como foi que chegamos a esse ponto de não saber o que fazemos, hein? E o livro continua. Ele nos faz pensar em como nos distanciamos de pessoas que estão perto para nos aproximar de pessoas que estão longe. É isso mesmo. A tecnologia mudou nossa forma de conviver em sociedade. Temos a necessidade de estarmos disponíveis 24 horas por dia, como se o mundo não nos perdoasse se ficássemos fora de alcance, mesmo que por algumas poucas horas.  Perdemos a noção do online e do off-line, do pessoal e do profissional. Esquecemos os conceitos de urgência, de dimensão e de oportunidade: “como acreditar numa marca que promete uma MEGA-ULTRA-HIPERLIQUIDAÇÃO se quando vou até lá encontro a mesma coisa que todo mundo oferece?”.

Acontece que os humanos estão saturados de tanta promessa. Queremos uma relação mais honesta, queremos decidir sem pressão e sem conflitos. Uma marca só terá sucesso se souber respeitar e proporcionar mais paz de espírito para a sociedade.

Com tantas alternativas, e com tanto ruídos e gritos da mídia, queremos optar pela marca que tem em sua missão algo como buscar um mundo melhor. Sabe aquela que abraça uma causa? Então, é essa que vai entrar na casa do cliente. Os humanos estão voltados para causas. Há “tribos” que lutam pela proteção dos animais, outras pelo meio ambiente, algumas pela erradicação da fome… E aí o livro te força a questionar: qual é a sua causa? Tenho certeza de que você deixaria de comprar uma marca se ela fosse contra a sua causa. Certo? Vou mais longe, e pergunto se você trabalharia numa empresa que fosse contra algum princípio seu, só pelo salário (fosse ele do tamanho que fosse). Indo mais além, pergunto se você não trabalharia como voluntário para defender aquilo em que acredita.

Viu só? Não é só dinheiro que interessa na vida. Acredito que as empresas precisam se adaptar a essa fase de “autoconhecimento” que estamos vivendo para também se posicionar a favor de algo que faça sentido.

Esse livro é mesmo uma fonte de inspiração para qualquer marca.

E, assim, termino este post com a convicção de que minhas horas de dedicação ao Exmo.Cliente (que não são poucas, viu!) estão valendo a pena. Minha causa é buscar harmonia nas relações de consumo. Porque acredito que, “na maioria das transações comerciais que acontecem em algum lugar do planeta, existem duas pessoas físicas fechando o negócio”.

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1 Resultado

  1. Exmo.Cliente disse:

    Arthur, seu livro é fantástico! Adorei!