O que acontece quando você atrasa o pagamento de uma conta.

Pouco antes da hora do almoço, descubro que me esqueci de pagar uma conta que venceu no dia de ontem. E, como todo atrasado, não sou apenas penalizada com o ônus da multa. Tenho que ir pessoalmente até o banco emissor do boleto.

Me considero uma pessoa organizada quando a questão é pagamento de contas. Mesmo colocando quase tudo em débito automático, sei exatamente quando cada conta será debitada da minha conta corrente. Mas, excepcionalmente naquela atípica e tumultuada semana, esqueci. Acontece, certo? Então, nada de ficar se culpando. Apenas busque motivação para ir até a agência bancária mais próxima.

Aproveitei a hora do almoço e fui. Mas, como estou habituada a sair de bolsa para almoçar, não me toquei que deveria ter ido com menos “bagagem” para a agência.

Assim que cheguei lá, percebi a besteira que tinha feito. Mas, como eu e minha bolsa somos inseparáveis, tentei entrar com ela, e:

– Beeep! Por favor, verifique se há objetos metálicos… – comandou uma voz robotizada.

Tá certo! Isso que dá ser teimosa. Então, depositei no “passa-objeto” os pertences suspeitos de dentro da bolsa: celular, carteira, molho de chave, guarda-chuva, secador de cabelo (é… bolsa de mulher, já viu, né?)… Agora sim!

– Beeep! Por favor, verifique se há objetos metálicos, e tente entrar novamente passando pela linha amarela…

Vixe! O que poderia ter apitado desta vez? Comecei a vasculhar a bolsa. Não vi nada que pudesse justificar o bloqueio de entrada. Tentei falar com o vigia, e ele me orientou a deixar a bolsa no armário que fica na entrada da agência.

Fazer o quê, né? Levei uns 10 minutos para recolher todos os pertences do “passa-objeto”. E as pessoas querendo entrar, esperando atrás de mim.

Acomodei a bolsa no armário e carreguei somente a carteira comigo. Nem o celular eu levei desta vez.

– Beeep! Por favor, verifique se há objetos metálicos…
O quê? Tá de brincadeira, né? Qual o perigo que minha carteira representa para a segurança do banco?

– Senhora, coloque a carteira no “passa-objeto”, por favor! – disse o vigia.

Coloquei. E a fila atrás de mim aumentando (vai vendo)! Tentei passar novamente, e:

– Beeep! Por favor, verifique…

Caramba!!! Já estão zoando comigo, né? Irritada, disse ao vigia:

– Olha, mais um pouco eu fico pelada aqui!

E de repente um coro atrás de mim:

– Tira! Tira! Tira! – Era um grupo de motoboys, irritados por não poderem entrar no banco.

Fala sério? Que situação mais constrangedora! O vigia finalmente foi solidário, e liberou minha entrada. Até agora não faço ideia de onde a porta giratória viu algum metal em contato com meu corpo. Pode ter sido o cinto, a pulseira, o brinco…sei lá. Mas, se fosse isso, não daria para contabilizar nem 100g de metal. Era evidente que o grau de sensibilidade da porta giratória não estava bem ajustado.

É fato que não sou a única a reclamar disso. Também não acredito que toda essa preocupação seja focada no cliente. Veja que não há nada que impeça o cliente de ser assaltado na saída da agência. E já repararam que nunca há vigia na parte dos caixas eletrônicos, para zelar pela segurança dos clientes que estão nessa área?

Mas o que fazer para melhorar essa situação? Por que os caixas eletrônicos ou as plataformas de internet banking não podem calcular o valor da multa e, assim, permitir que o cliente faça seu pagamento sem entrar na agência?

Só sei de uma coisa: me arrepio cada vez que tenho que ir a uma agência bancária. Seja para pagar conta, sacar dinheiro, me tornar correntista ou fazer empréstimo.

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