Ah! Essa internet que não funciona!

Os clientes de banda larga fixa nunca demonstraram grande satisfação com os serviços de acesso à internet que recebem. Aliás, não só de banda larga, mas de todos os serviços que são prestados pelas empresas de telecomunicação no país.

Quem aqui não tem uma queixa contra empresas desse setor? Eu tenho. Mas hoje a história é da minha amiga (e xará) Cláudia. E que história, hein?

 “Meu serviço de internet tem dado muitos problemas. Mas no último mês a coisa saiu totalmente do controle. Só de pensar que eu teria que ligar na operadora, tinha enjoo e dor de cabeça. Mas não tinha jeito. Se quisesse enviar aquele relatório por e-mail, buscar algum artigo, consultar os resultados dos exames ou fazer a compra do mês, precisaria me submeter à tortura.

Depois de uns 20 dias de reclamações, não suportava mais aquela gravação outrora simpática: “um minuto e vou ver se posso te ajudar”, tec, tec, tec. “Pronto, achei”. Invariavelmente, o locutor informava que, antes de mais nada, eu deveria desligar o modem, esperar alguns segundos, tornar a ligar, ligar o computador, etc. Como isso eu já tinha feito umas 10 vezes antes de discar para a operadora, aguardei a atendente.

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Repito todos os dados. Aqueles mesmos que eu havia digitado antes. Claro, era preciso ter certeza de que sou eu ao telefone. Mas pergunto: quem mais concordaria com esta tortura se não fosse necessário?

Bom, a partir daí começa o malabarismo. “Tira o modem da tomada.”. “Não, a senhora não entendeu: tira da tomada de novo”. “Puxa o cabo do modem, desconectando”. “A senhora desligou o computador?”. “Conecte um cabo de rede direto no modem” (e vai achar o cabo de modem numa hora destas!).

Depois de fazer acrobacias para alcançar a parte de trás do modem, subir e descer escada para ligar e desligar 2 vezes o computador, dar pulinhos, ficar na ponta dos pés, bater palmas e agitar o modem, ouço o veredicto: “sua internet está sem sinal”. Brilhante!i27b_v2

Questiona qual o dia e horário para enviarem um técnico. Digo: “amanhã depois das 14:00”. Lógico que esta opção não está disponível. Pra que perguntou? Informa que, se o problema for de minha responsabilidade, cobrarão R$ 90,00 (sim, noventa reais!) pela visita. Sinto-me ameaçada e pergunto o que significa um problema de minha responsabilidade. Como vou saber se, neste caso, não é golpe deles? Não saberei.

Depois de confirmar (de novo) o endereço e o agendamento da visita, a atendente diz: “só mais uma coisa”. Eu lembro que agora todas essas empresas imploram para você não desligar e responder rapidinho uma pesquisa sobre o atendimento. Pronto: hora da vingança! Mas não. Ela gentilmente pergunta se não quero comprar o pacote de assistência técnica, com visitas ilimitadas sem custo, mais atendimento telefônico, troca do controle remoto quando eu precisar, etc. O valor é de R$ 19,90 por mês!

Quase tive um infarto. Explico que não tenho o menor interesse nesse tipo de serviço e sim em uma internet que funcione.

Desligo e fico me perguntando quem foi o gênio que criou esse serviço e resolveu que nada melhor do que divulgá-lo nas chamadas para reclamar do funcionamento da internet. Chego a pensar que meus problemas dos últimos dias podem ser uma armação para me fazer comprar o tal pacote…  “

E me parece que ela não é a única descontente com o serviço de telefonia prestado. Veja só um trecho do relatório da ANATEL do primeiro semestre de 2015: “Não é demasiado afirmar que, ainda, há muito a se percorrer. Quando se observa os níveis de insatisfação dos consumidores e os “rankings” de reclamações junto aos órgãos de defesa, junto ao Judiciário e junto à própria Anatel, como analisados mais adiante no capítulo sobre o Atendimento ao Consumidor, a realidade dos fatos é muito distinta dos textos normativos.”

Mas a quem recorrer? Para onde vão os clientes insatisfeitos? Acho que vamos ter que esperar a entrada de um novo concorrente que mude essa realidade. Ou quem sabe uma nova solução, que, no futuro, será chamada de “pirata” pelas empresas reguladas pela ANATEL.

Ah! Voltando à história da Cláudia. Claro que o técnico não apareceu. Ele não precisou ir. A internet voltou a funcionar no final daquela tarde, confirmando que o problema estava realmente no sinal da operadora. Será que o pacote oferecido foi mesmo armação?

Você também está insatisfeito com a qualidade da banda larga na sua região? A Anatel está fazendo uma pesquisa e convoca consumidores para ajudar a verificar a qualidade da internet no Brasil. Caso você queira participar, visite o blog do Procon clicando aqui.

Assim como todas as outras do blog, esta também é uma história verídica! Ocorreu com Cláudia Leonardos, em 2015. Tem uma história pra contar pra gente também? Então clique [aqui] e saiba mais!

 

 

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