Quando não somos bem-vindos em alguns lugares

Naquele dia eu não fui para o escritório. Decidi tirar o dia para tratar de alguns assuntos que só podem ser resolvidos durante o horário comercial. E foi o que fiz. Programei meu dia para isso.

Chegando a hora do almoço, pensei em explorar a região e descobrir o que temos de restaurantes com menus executivos. Eu sempre passava na frente de um natureba, e fazia tempo que eu estava com vontade de entrar para conhecer.

O lugar estava lotado. Uau! Então é bom mesmo, hein! Logo na entrada tinha uma pessoa de pé. Como ela estava de uniforme, imaginei que fosse alguém da equipe. E era.

Pergunto como faço para conseguir uma mesa. E a pessoa, sem um mínimo de vontade de responder (ou de ajudar), diz:

– Escolha uma mesa vaga.

Mas não tinha nenhuma. Então voltei a perguntar:

– Só tem essas mesas aqui?

Parece que a pessoa não está mesmo de papo. Ela me responde:

– Tem lá em cima.

Entrei e fiquei sem entender como a casa funcionava. Se achasse uma mesa no andar de cima, eu teria que descer para me servir no buffet? Ou teria outro buffet no andar de cima? E como eu poderia ter certeza de que uma mesa estava vaga? Afinal, alguém sozinho poderia ter se levantado da mesa apenas para se servir no buffet.

Mas eis que percebi um sinal. Sinal do além? Não, do próprio estabelecimento. Uma lousa de giz encostada na parede, bem na porta, dizia: “Por favor, espere ser atendido/a… Para garantir uma mesa antes de se servir. Obrigada!”

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E foi o que fiz. Fiquei plantada esperando alguém vir em minha direção, abrir um sorriso e me encaminhar para uma mesa. Quando isso acontecesse, eu perguntaria como funcionava o sistema da casa.

Alguns minutos se passaram ninguém veio. A pessoa da entrada ainda estava lá, a não mais que 3 metros de distância. Nessa hora, duas moças entraram, passaram por mim e se sentaram numa mesa que tinha acabado de ficar vaga. Como assim?

Voltei a olhar para aquela colaboradora, que ainda estava na porta, e perguntei:

– Por que tem essa placa aqui? Duas moças entraram e sentaram, enquanto eu estou aqui esperando ser atendida.

– Deve ter mesa lá em cima! – Respondeu ela.

Para tudo, minha gente! Aquele cartaz foi a única orientação que tive. Aliás, ele serve para quê? Hello! Sem dúvida lá não é lugar para mim. Se tratam a gente dessa forma na entrada, imagina na hora de pagar a conta. Não! Não estou “afim” de deixar um centavo aqui.

Acontece que eu estava enfurecida. Só sair e dizer que estava indo para outro lugar não bastava para acalmar meu sentimento de raiva. Então entrei no Foursquare e deixei uma avaliação, muito a desejar. Depois compartilhei no Facebook.

E tudo isso me lembrou de um trecho do livro Excelência em atendimento ao cliente, de Alexandre L. Las Casas (pág. 63):

“O consumidor atualmente manifesta sua indignação ou compartilha uma experiência negativa em relação a uma empresa, marca, produto, serviço ou atendimento, de uma forma geral, por meio de diversos meios, como chats, blogs, redes sociais, e-mails, SMS, MMS, entre outros meios. A rapidez com que essa mensagem se torna disponível a um grande número de pessoas é espantosa. Se esses meios são capazes de derrubar governos, imagine o que poderão fazer com uma empresa!”

É uma pena que muitos estabelecimentos desperdicem a oportunidade de conquistar um cliente que acaba de cruzar a porta de entrada por livre e espontânea vontade. Não volto mais lá, nem indico.

E você, leitor, o que faria se estivesse no meu lugar? Conte para nós no [email protected].

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